Por Marcelo Tognozzi
Os nem-nem, que não querem nem Bolsonaro e nem Lula, estão começando a apalpar um candidato para chamar de seu. É o que revela a última pesquisa PoderData sobre a sucessão presidencial.
André Janones, 37 anos, deputado mineiro de 1º mandato pelo Avante, chegou à Câmara a bordo de 178 mil votos depois de uma campanha de R$ 60 mil feita pelas redes sociais. Sem fazer campanha, ele está empatado com o governador João Doria e 1 ponto atrás de Ciro Gomes.
Magro, 1,70m, fala simples e fácil de entender, Janones conquistou algo raro na política destes nossos tempos de fake news: credibilidade. Faz suas lives explicando com linguagem simples, direta e retumbante tudo sobre o auxílio emergencial e coisas que mexem com o dia a dia do cidadão. No Facebook são 7,9 milhões de seguidores, 128 mil no Twitter e 2 milhões no Instagram.
Janones tem linha direta com o Brasil profundo do celular pré-pago e pacote do
Facebook ilimitado. Por isso, tanta audiência nesta rede social. Sua conversa é um papo reto com o brasileiro invisível nas metrópoles, mas que faz a diferença no interior. Nada a ver com candidatos folclóricos como Cabo Daciolo ou Enéas. Muito menos se parece com Marina Silva, política com bom trânsito na elite paulista, queridinha das ONGs internacionais e dos ecologistas.
Num dos seus vídeos sobre reajuste do salário mínimo, feito em setembro e com 5 milhões de visualizações, Janones afirma com todas as letras que a imprensa está mais preocupada em entreter o cidadão do que em informar. Num país onde o jornalismo de opinião prevalece sobre o jornalismo da informação, a falta de credibilidade é uma amarga realidade.
Para milhões de brasileiros sofridos com a queda na qualidade de vida, desemprego e dependentes da ajuda do governo por causa da pandemia, Janones conseguiu ser alguém em que se pode confiar. Este fenômeno é notável num país acostumado a desacreditar dos políticos em geral e dos congressistas em particular. Ele conversa com o eleitor num ritmo e numa linguagem jornalística capaz de prender a atenção e ao mesmo tempo fazer as pessoas pensarem. Faz isso por puro instinto. Não ataca nem Lula e nem Bolsonaro. Fala de e para um Brasil que não sai na grande mídia.
A coisa chegou a tal ponto, que numa live do presidente Bolsonaro no fim de 2021, na qual ele tratou do auxílio, teve gente postando nos comentários coisas do tipo: “está tudo muito bom, tudo muito bem, mas realmente eu preferia ouvir a confirmação do Janones, que ainda não falou no assunto”.
Clique no link disponível e confira o artigo na íntegra (https://www.poder360.com.br/opiniao/janones-o-candidato-inesperado/)
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