domingo, 24 de novembro de 2019

Após saída de Bolsonaro, PSL abre as portas para Witzel

Após saída de Bolsonaro, cúpula do PSL abre as portas para governador do Rio. De olho em 2022, Wilson Witzel se reuniu com o vice-presidente nacional do partido, Antônio Rueda.

O Globo - Paulo Cappelli, Naira Trindade e Bernardo Mello

RIO E BRASÍLIA — Após a ida do presidente Jair Bolsonaro para o Aliança pelo Brasil, o PSL abriu as portas para o governador do Rio, Wilson Witzel. Hoje desafeto de Bolsonaro, o ex-juiz recebeu na última terça-feira, no Palácio Guanabara, uma visita de representantes da Executiva Nacional da antiga legenda de Bolsonaro. Presidente e os filhos anunciaram recentemente o desembarque e lançaram anteontem a sigla que pretendem criar a tempo das eleições municipais do ano que vem.
Mirando outra corrida eleitoral — pela presidência da República, em 2022 — encontraram-se com Witzel o vice-presidente nacional do PSL, Antônio Rueda, e os deputados federais Junior Bozzella (SP) e Sargento Gurgel (RJ). Segundo um interlocutor, durante a reunião, Rueda chegou a brincar com a pretensão de Witzel de conquistar o Palácio do Planalto: “De eleger presidente, o PSL entende”.
A mudança de sigla poderia entregar ao atual filiado do PSC um volume maior de recursos do fundo partidário e mais tempo de propaganda eleitoral na televisão. O PSL mantém hoje a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, com 53 deputados, enquanto o PSC tem a décima quarta na Casa, com nove parlamentares.
Ao GLOBO, Bozzella confirmou que o PSL cogita Witzel como uma possibilidade para a disputa presidencial de 2022. Segundo o parlamentar, o nome do governador é considerado junto com os de outros políticos de direita — ele chegou a citar como exemplo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
— É difícil o PSL ficar de fora das eleições de 2022, no sentido de ter um protagonismo e candidatura própria. O Witzel é uma opção, é um dos nomes, assim, como podem ter outros nomes no campo da direita que queiram se aproximar do PSL, como o próprio Doria — disse o parlamentar.
A nova direita
Rueda e Sargento Gurgel descreveram a conversa com Witzel em tom mais contido. O vice-presidente do PSL disse que houve apenas “uma visita institucional de cortesia” sem relação com eleições presidenciais. Gurgel, por sua vez, não negou que vê de maneira positiva a integração de novos integrantes ao partido.
— O PSL está de portas abertas para todas as figuras de direita, mas não se fala em campanha presidencial com tanta antecipação. O melhor dos mundos é agregar essa direita que está nascendo e tende a se consolidar na política. E trabalhar pelo sucesso do presidente Bolsonaro e dos governos Doria e Witzel. Algo diferente dessa linha só poderá ser traçado depois das eleições municipais do ano que vem — disse Gurgel.
A avaliação da cúpula do PSL é que a sigla se transformou no maior partido do campo da direita, capaz de abrigar candidatos com potencial para a Presidência. Há, para esses líderes partidários, a crença de que a aproximação com Witzel se justifica pelas semelhanças entre os posicionamentos dele e os do partido em relação às pautas de segurança pública e liberdade econômica.


Ainda sobre 2022, houve conversas do partido com parlamentares filiados como a deputada federal Joice Hasselmann, o senador Major Olímpio e a deputada estadual Janaina Paschoal, todos com atuação política em São Paulo. Não é descartado também um possível convite de filiação ao ministro da Justiça, Sergio Moro.                                                                  Fonte: Blog do Magno 

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