sábado, 4 de março de 2017

Propinas em Belo Monte: 0,5% do PT e 0,5% para o PMDB

EM NOME DO PAI Filho de Edison Lobão, Márcio Lobão arrecadava propinas para o PMDB
ISTOÉ - Aguirre Talento
Orçada inicialmente em R$ 16 bilhões, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte era uma espécie de menina dos olhos do PT. Era defendida enfaticamente pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff como solução para o suprimento energético do País. Com padrinhos de peso incontestável, ao fim, Belo Monte custou quase o dobro do estimado preliminarmente: R$ 30 bilhões. Seu valor astronômico, porém, não serviria só para cobrir as despesas de engenharia da obra: um percentual era revertido em propina para PT e PMDB.
É o que atestam em depoimentos à Polícia Federal, obtidos com exclusividade por ISTOÉ, os executivos Domingos Malzoni, da Cetenco Engenharia, Celso Jacomel Junior, da J. Malucelli e Marcelo de Sousa Ribeiro, da Serveng. Seus relatos mostram como eles foram achacados e sofreram toda a sorte de pressões de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, de Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), e também da Andrade Gutierrez, intermediária dos pagamentos, para que repassassem propinas aos dois partidos.
Documentos obtidos por ISTOÉ mostram que partidos exigiam 1% do total das obras de Belo Monte. Segundo Marcelo de Sousa Ribeiro, da Serveng, em reunião realizada na sede da Andrade Gutierrez, no Rio, houve imposição para que as empresas pagassem propinas ao PT e PMDB e que os arrecadadores seriam João Vaccari, pelo PT, e Márcio Lobão, pelo PMDB.

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