Sem alternativas claras para conter a alta do preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro disse ontem que vai à Justiça contra a Petrobras, em meio ao embate que vem travando contra a empresa, cujo acionista majoritário é o governo federal. Mas ele mesmo reconheceu que as chances de sucesso são reduzidas. As informações são do Valor Econômico.
A insatisfação de Bolsonaro em relação ao tema levou à queda do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, demitido na quarta-feira. Ontem, o presidente disse esperar “fazer mudanças de pessoas” para “diminuir o preço do combustível no Brasil”. Ele já trocou duas vezes o comando da Petrobras sem que a política de preços da estatal tenha sido alterada.
Bolsonaro fez referência ao tema duas vezes pelas redes sociais, ambas em Pariquera-Açu, onde esteve para visitar a Feibanana - uma feira agrícola de produtores de banana no Vale do Ribeira, região onde ele cresceu.
A primeira menção à possibilidade de acionar a empresa foi feita na caçamba de uma caminhonete em movimento, quando acompanhava uma motociata em sua homenagem na cidade paulista. Por conta do vento, alguns trechos da fala ficaram inaudíveis.
“Estamos buscando maneiras legais para fazer com que a Petrobras cumpra o seu papel social definido pela Constituição e também em lei. Não podemos estar subordinados às decisões do conselho, que está abaixo obviamente de leis e da própria Constituição”, afirmou o presidente. “Não haverá interferência na Petrobras a não ser pelas vias legais. Ou seja, ações legais e também junto à AGU para que um parecer vinculante [inaudível] se faça valer.”
Após cerca de uma hora, voltou ao assunto em sua "live" semanal. “A gente espera fazer mudanças de pessoas, a gente pode fazer, buscar melhorar, diminuir o preço do combustível no Brasil”, disse. “Esperamos aqui redução de preço. Vamos ter que recorrer à Justiça. Sabemos que quando eu recorro é quase impossível eu ganhar.”
Na transmissão, Bolsonaro se referiu pela primeira vez a Bento Albuquerque, que segundo relatos dentro do governo foi pego de surpresa pela sua demissão.
O presidente vinha sendo criticado, além disso, por não ter emitido uma nota sequer em agradecimento ao ministro, o que foi tido como uma descortesia por militares.
“Estamos fazendo o possível, sem interferência, para fazer a Petrobras entender qual é o seu papel. Entender como. Fazendo mudanças. Como nós fizemos aqui no MME”, afirmou o presidente. “O ministro almirante Bento assinou a sua demissão, ele pediu pra sair, foi a pedido. Agradeço o trabalho do almirante Bento. Uma pessoa excepcional, fez um trabalho muito bom em várias outras áreas, mas tínhamos um problema na Petrobras e ele resolveu assinar a sua saída do MME.”
O presidente mais uma vez culpou o PT pelas mazelas que a população passa atualmente por conta da alta do preço dos combustíveis.
O partido tem como maior expoente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal rival de Bolsonaro na tentativa de se reeleger. As críticas a Bolsonaro pelo aumento da inflação são um dos carros chefes da pré-campanha do petista. DO: BLOG DO MAGNO
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