
O último relatório do Ibama apontou que, desde o começo do monitoramento, 109 animais foram contaminados pelo óleo em todo o litoral. Do total, 81 foram encontrados mortos. A espécie mais afetada também figura na lista de animais em extinção: a tartaruga marinha. Cartão-postal das praias nordestinas, 75 delas foram afetadas pelo óleo, e Fernanda Pirillo, Coordenadora-Geral de Emergências Ambientais do Ibama, ressalta que “esse número é bem menor que o número total de animais atingidos porque algumas nem chegam na praia”.
O impacto real do óleo na fauna local só pode ser observado a longo prazo. A Coordenadora de pesquisa e curadoria e dados da ONG Instituto Biota, Waltyane Bomfim, explica que o depósito e a adesão do material “representam um risco de contaminação em toda a teia trófica, podendo chegar, inclusive, até os seres humanos, que são parte da cadeia e podem vir a ingerir animais contaminados”.
Para os animais, as complicações começam com a bioacumulação, ou seja, a acumulação de metais pesados contidos no óleo através da ingestão de animais menores que já continham determinada quantidade de toxinas no corpo. “É um dano imensurável. O impacto do óleo nos organismos só será sentido depois de anos a partir da incorporação no microorganismo com a ingestão dos animais, e ao mesmo tempo, vai afetando a reprodução das espécies atingidas”, informou Emerson Soares, professor de zoologia da Universidade Federal de Alagoas.
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