quinta-feira, 4 de março de 2021

Brasil vive pior da pandemia com ocupação de UTIs, mostra série histórica

Com 19 Estados na zona de alerta crítica para a ocupação de leitos de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) destinados a pacientes com covid-19, o SUS (Sistema Único de Saúde) vive o momento de maior lotação desde o início da pandemia, mostra a série histórica de mapas divulgada nesta 5ª feira (4.mar.2021) pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).                              © Sérgio Lima/Poder360                                                                                                                            Na imagem, movimentação de paciente em hospital no Distrito Federal durante o surto de covid-19

O estudo (eis a íntegra – 415 KB) reúne os mapas publicados em 17 boletins do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgados desde 17 de julho do ano passado.

“Como podemos observar na sequência de 17 mapas abaixo, mesmo no período entre a 2ª metade de julho e o mês de agosto, quando foram registrados os maiores números de casos e óbitos, não tivemos um cenário como o atual, com a maioria dos estados e o Distrito Federal na zona de alerta crítica”, analisa a fundação.

Seguindo padrão preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), as taxas de ocupação são classificadas em: zona de alerta crítica (vermelho), quando iguais ou superiores a 80%; em zona de alerta intermediária (amarelo), quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%; e fora de zona de                   alerta (verde) quando inferiores a 60%                              © Fornecido por Poder360

Os mapas mostram que o Amazonas está com as unidades de terapia intensiva em situação crítica de forma duradoura. À exceção do boletim de 7 de dezembro, as UTIs amazonenses apresentaram mais de 80% de ocupação em todas as análises desde 9 de novembro, somando 8 vezes.

O estado de Goiás foi o que mais apareceu na zona de alerta crítica, ocupando essa posição em 9 dos 17 mapas, incluindo os últimos 3.

Pernambuco é o Estado na zona de alerta crítica há mais tempo de forma ininterrupta, já que foi classificado dessa forma em 7 de dezembro e se mantém com ocupação acima de 80% há 7 boletins seguidos.

Rondônia e Paraná entraram na zona de alerta crítica em 18 de janeiro, e permaneceram nela até a última análise, de 1º de março.

Os pesquisadores detalham que, no caso de Minas Gerais, o Estado tem divulgado taxas de ocupação de leitos de terapia intensiva sem distinção entre leitos de UTI gerais e de covid-19. Já para o Estado do Rio de Janeiro, foram considerados dados da capital nos dias 17 e 27 de julho, 10 e 24 de agosto pela falta de dados estaduais na época em que os boletins foram divulgados.

No último boletim da Fiocruz, divulgado pela Fiocruz na 3ª feira (2.mar.2021), pela 1ª vez desde o início da pandemia, todas as regiões brasileiras registram piora nos indicadores da covid-19 ao mesmo tempo. Até então, cada Estado apresentava um estágio diferente da evolução da doença.

Dezoito Estados e o Distrito Federal têm taxa ocupação de leitos de UTI para covid-19 acima de 80%. Desses, 10 estavam com taxa de lotação acima de 90%.

Somavam mais de 80% de ocupação nas UTIs: Acre (92%), Amazonas (92%), Bahia (83%), Ceará (93%), Distrito Federal (91%), Goiás (95%) Maranhão (86%), Mato Grosso (89%), Mato Grosso do Sul (88%), Pará ( 82%), Paraná (92%), Pernambuco (93%), Piauí (80%), Rio Grande do Norte (91%), Rio Grande do Sul (88%), Rondônia (97%), Roraima (82%), Santa Catarina (99%) e Tocantins (86%).                                © Fornecido por Poder360

A Fiocruz alerta que a sobrecarga do sistema de saúde é uma preocupação desde o início da pandemia, mas que a situação se agravou desde janeiro.

Por trás dos dados “estão dificuldades de resposta de outros níveis do sistema de saúde à pandemia, mortes de pacientes por falta de acesso a cuidados de alta complexidade requeridos, a redução de atendimentos hospitalares por outras demandas, possível perda de qualidade na assistência e uma carga imensa sobre os profissionais de saúde”, disse a fundação na 3ª feira (2.mar). “A possibilidade de ampliação de leitos de UTI existe, mas não é ilimitada”, completa.

Com informações da Agência Brasil.

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